sábado, 31 de dezembro de 2011

2011.12.31 - So Long 2011

Arrancamos 10 Pula Pocinhas do Rio da Mula. Pequenos atrasos e la chegou o Joao Fernandes, que fez uma entrada triunfal, com direito a atropelar a malta e tudo :-)
Ha muito que não eramos tantos, por isso vale a pena registar: Eu, o Ze Pedro, os manos Francisco e Luis Caetano, o Francisco Cardoso, o Diogo Brito, Pedro Vieira, Antonio Gavinho, e os Joao's Fernandes e Baptista.
Rumamos aos Capuchos, depois Anel e descidas do S2KA. Com subidas e descidas e todas as variacoes possiveis para esticar a chegada ao cafe na praia da Adraga. Pelo caminhos viramos 8, pois 2 (ZP e Francisco Cardoso) tinham que ir para casa mais cedo.

Na Praia da Adraga, pausa para apreciar coisas interessantes .-)

Fizemos belos novos caminhos a descer e a subir, guiados pelo Joao Fernandes com o apoio do grande Joao Baptista, ate chegarmos a Peninha e depois a Pedra Amarela. Nessa altura ja alguns acusavam os efeitos do baixo ritmo, reportanto estados de inicio de arquivanço.
Alguns ficaram mais para tras, "mas como não eram muito proximos, esquece e carga nisso", isto e' a brincar :-) claro que fomos todos juntos !!
Era para ter sido mais longo e exigente, mas o pneu da frente do Pedro resolveu fazer 2 bolhas e não dava para fazer mais arraiais com aquilo naquele estado. Eu bem sugeri que quando se esta' nas lonas, bem se pode emprestar a roda da frente a quem ainda esta cheio de gana (private joke e os visados que se acusem) :-), mas fizeram ouvidos de marcador ao coitadinho do Pedro, caso contrario ainda estavamos a pedalar !!!
Foi belo e pleno de bocas nao repetiveis neste contexto :-)
Dados: 38km; 1280m de acm; ~3h10m de pedal, muita conversa e muitas bocas, que deram boas gargalhadas :-)
Bye bye 2011 venham os desafios epicos de 2012 :-)
Um grande bem hajammmm !!!!

domingo, 18 de dezembro de 2011

2011.12.18 - Monte Junto com começo em Villa Verde de Frades





















Tava um frio de rachar, chegamos a apanhar 4 ºC no carro quando iamos de Lisboa para Villa Verde de Frades, por isso, depois de um belo café fomo-nos equipar a rigor.


















5 cavaleiros salta pocinhas (eu, o ZP Abreu, o Gonçalo Botelho, o Francisco Caetano e o João Ferreira, este ultimo bem aparecido sejas !!) para o ataque a Monte Junto, mas em ritmo de passeio, pois isto era o passeio de Natal com almoço depois na Telha do Cadaval.


















O dia estava soberbo e o frio até nem se fez sentir muito, passamos por todos os pontos bonitos da Serra de Montejunto: Moinhos, Corta Fogo, Antenas, Descida das Cabras, Pista de Moto-Cross e Moinhos.


















Nas Antenas tava tão bom que o Gonçalo virou Romano deitado sobre o solinho das 12h .-)


















Acabamos num belissimo almoço na Telha, para uns bacalhau na Telha para outros misto de Porco Preto, com vinho da casa e e mousses com rum (ai que ronha que deu !!)


















Ao Gonçalo que organizou many thanks, a todos foi uma bela volta de passeio com boa conversa, boa camaradagem e um belo almoço de convivio, por isso, obrigado a nós todos.

domingo, 11 de dezembro de 2011

2011.12.11 - Montões de Lama até as Rodas Bloquearem

3h38m a pedalar sempre em muito bom ritmo, principalmente quando o piso estava pesadissimo.

Numa das descidas inventadas pelo Gavinho para fugirmos e bem às quedas na calçada, a lama era tanta que a rodas bloqueram e toca de descer com a bike às costas. Lá em baixo foi um tal rapar lama com os pauzinhos caidos do chão .

Apanhamos pelo caminho o Pedro Vargas e depois numa subida forte tivemos uns "jovens" que queriam picanço, á é então já vais ver ! - foi so mais uns metros acima e foram todos despejados que nem uns lindos, é que isto de chegar aos ".. entas" tem as suas vantagens, principalmente face aos pardalinhos cheios de sangue na guelra !!

Isto é, os ~1400m de acm e os 40kms não mostram como foi dificil, mas o dia estava belissimo e estava-me mesmo a apetecer meter cansaço no corpinho :-)

2011.12.10 Molha de Pinto e RPM HP

Como me tinha deitado tarde (02h30 am) com alguns anti-oxidantes ingeridos e ninguem tinha confirmado voltinha para sábado, fiquei até mais tarde na ronha. Deixei-me ficar e por isso só às 10h00 am é que arrancamos para uma volta a rolar junto ao rio (eu e o Francisco Verdasca).

O tempo estava horrivel e depois do Luis Sarmento se juntar a nós em Algés, fomos de tentativa até ao Cais do Sodré. Mas, entre chuva gorda que não mais acabava e o pneu do Francisco, que não é tubeless, nem levou kit adaptador, mas está montado tubeless com liquido, foi um tal para arranca, numa jornada extenuante até à estação de comboios do Cais do Sodré. Ai finalmente conseguimos resolver o problema no pneu, tudo graças a mim que levava alicate e bomba de encher pneus à seria !!!

Depois voltamos para casinha(s) sempre a bombar que o frio e a molha era muita. Como a volta foi mais ou menos igual a fazer uma aula de Body-Ronha ou ficar no sofa a ouvir musica, às 17h00 lá fui para a malhaçao: 30m de bicla do ginásio a gritar a mim proprio carga, caarrrgaaaaa !!! e mais uma aula de RPM High Performace (1h) em modo carga, caaaarrrgaaaaa, caaaaarrrrrrrgaaaaaaaa !!!

Enfim, já que não deu para ir ao Troia - Sagres, fui ao Miraflores - Cais do Sodré e Voltar + caaaaarrrrrgaaaaaaaa !!!!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

2011.12.08 - Serra de Sintra





O dia em Miraflores (às 08:30 AM) estava horrivel e nada fazia antever um bom dia para a prática da modalidade.

Mas ao fazer-se o IC19, percebia-se que a Serra estava soberba. Às 09:20 AM apanhei o Jaime Silva na bomba do Ramalhão e seguimos para o Café da Natalia em São Pedro de Sintra. Depois de um belo café com travesseiro - ai as calorias que vamos ter que queimar !!!, já com o Francisco Caetano connosco - fizemo-nos à volta.

Poucas palavras. O dia estava magnifico e com uma visibiliadade fora do normal. No lado da Malveira, junto ao caminho de acesso à Peninha tirei está foto fenomenal.

Vê-se a torre de vigia da Pedra Amarela a meio horizonte e lá ao fundo, acima do manto de nuvens o cume da Serra de Sesimbra (pena que o telem não tira fotos melhores).

Era para termos ido à Adraga, mas ainda bem que nos ficamos pela Serra, pois uns metros mais à frente, junto à descida do DH Peninha para o lado de Almoçageme, cruzamo-nos com o António Gavinho, familia, amigos e cães em caminhada pela Serra. Ora toca de por a conversa em dia e então seguimos ao nosso regresso.

Já na estrada de alcatrão dos Capuchos para Sintra Velha, qual é o meu espanto, quando ao comentar com o Francisco "estes muros estão todos muito arranjados, olha que civilizado" este me diz "... é que vão começar a construir aqui"

Não quis acreditar (mas tá lá a placa, ora vejam a fotografia que tirei), então vão autorizar a construção de casas em pleno topo da Serra de Sintra, em zona protegida !! Além da selvajaria ambiental que é, vão acabar com o trilho do anel dos Capuchos. Como é que isto é possivel !! Mas precisamos de mais uma urbanização !! É um escandalo !!

Desculpem, mas nós vivemos num país abaixo da republica das banas :-((((

Os dados da volta: 34kms / ~1200m de acm e um dos melhores dias dos ultimos tempos.

domingo, 4 de dezembro de 2011

2011.12.04 - Bora Pegões Tomar Café

Aqui vai maisuma cronica, escrita a som do Pedro e o Lobo do Prokofiev.

Depois de alguns ultimos rumores sobre a crónica anterior, que fique bem claro "finalmente vou a Pegões" desde a ultima vez que lá fui, que ter sido o ano passado por esta altura.

Os começos têm-me saido atribulados, desta vez cheguei a horas, mas sem razão nenhuma, atrasei-me imenso (15min) com os preparativos para o arranque à porta da casa do ZP. Às 07:47 arrancamos, eu o Tiago Vaz (de estrada) e o ZP, rumo a Loures e à bendita rotunda de Sta Iria (?!?), meeting point com o Jorge Fernandes. Ai já com mais de 55min de pedal, procuramos um sitio para tomar café e arrancamos rumo a Vila Franca, viramos na ponte em direcção a Pegões, sempre num ritmo catita (30 / 32 kmph).

Apanhamos um sustinho valente com um camião que resolver ultrapassar, vindo de frente a nós, deve ter achado que seriamos mais uns mosquitos no para-brisas :-(

Dai para a frente, naturalmente fizeram-se 2 grupos, o Tiago e eu, o Jorge e o ZP. Na rotunda dessa metropole ultra cosmopolita que é efectivamente Pegões, fizemos lanche de bifanas, colas e cafés e toca a voltar que se faz tarde. Regresso mais ou menos igual, mas com variante pela Expo e Batista Russo até Telheiras.

Antes de terminar, um "muites obrigades" ao Tiago por me dar a roda, é que mesmo com pneu slick 1.45 e cassete de estrada, é dicifil acompanhar o Tiago na sua montada de estrada e eu bem vi que ele foi sempre dando roda para eu me manter atrás dele. Ao ZP e Jorge, muito obrigado pela companhia.

No final foram ~5h40m a pedalar e fizemos (dependento do jingareilho de cada um) entre 175 e 180 km. Foi uma ida a Pegões fenomenal, mas acho que o Tiago não encontrou os travesseiros de Pegões, esse bolo mitico, mundialmente cobiçado, pelo menos foi o que ele me disse, alías como razão para ele ir lá connosco hoje !!!

sábado, 3 de dezembro de 2011

2011.12.03 - O nosso amigo ZP tem uma maquina nova que é uma "belezura"




A nova bicla do ZP, é linda de morrer e ultra retro.

Para mais foi feita com as sobras da Litespeed, i.e., antes mesmo de ter andado já tinha peas com mais de 20.000. kms e, além disso, faz "pandam" com o casaco dele.

Tudo o resto são "faite-divers" (já dizia um certo politico) em torno deste assunto principal. Foi estreada em Monsanto, com pompa e circustância.

No começo foi o Jiame que se queixou do seu polar, depois fui eu que fiquei sem suunto e telem e ainda andamos perdidos sem saber o que queriamos fazer, mas nada ofuscou a entrada triunfal da "bicicleta feita no Canada" (não se poder dizer o nome às Senhoras) que o ZP estreou :-)

Para o Diogo e ZP devem ter sido 20kms, para mim foram 30kms, para o Jaime uns 40kms e para o Jorge 51kms :-)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

2011.12.01 - Finalmente vou à Azambuja

Estive quase a não chegar a casa do ZP às 07:30 AM, pois houve um acidente enorme na 2ª Circular e o transito ficou bloqueado. Mas às 07:26 AM estava a parar o carro e a ser cumprimentado pelo meu querido amigo Ricardo, que depois de meses de engorda, resolveu voltar à carga nessa referência nacional que é a wrc connor (não confudir com caldos knorr, pese o facto do efeito ser parecido, fica-se possuido !!). Depois apareceu o Rui na sua super cabra de estrada com shifters electricos e medido de potencia no cubo de trás e eu pensei logo, isso hoje vai ao osso, aii vai vai !! Finalmente apareceu o ZP e depois de alguns precalços com as minhas vestimentas arrancamos, sob um frio de congelar. O Ricardo de calções e eu e ele de luvas sem dedos. Gaita, que até à bomba de gasolina de Loures eu e ele (Ricardo) tavamos ver que ficavamos sem dedos. Estava um nevoeiro de morte e um frio de quebrar narizes. Na bomba de Loures, encontramo-nos com o Hugo e com o Rui Cardoso, que estavam lá dentro no quentinho a tomar café. Depois de cafés para todos, arrancamos 6 (3 btt e 3 estrada) em direcção à Azambuja. Pelo caminho apanhamos o Luis Delgado, que está cada vez mais "atlético", qualquer dia desaparece !! Claro que nós do pneu grosso do btt demos cartas e fomos quem puxou, mas de nada serviu, os da estrada bem que tentavam andar devagar, mas não dá hipoteses - aquilo quando acelera, acelera mesmo !! Na Azambuja, eles (os da estrada) tinham acelarado tanto na perseguição a nós do btt, que nos passarm tanto à frente, de tal modo que seguiram para o Cartaxo e não tivemos temo de lhes dizer que iamos ao pastel da Azambuja.

ufaaa ... que momento de gloria comer aquele pastel ..... !!!

E depois, arranca de volta para casa nós os 3 do btt (eu, o Ricardo e o ZP). Foi lindo passar à frente de uns de estrada e ver que com btt e pneu de btt estavamos a fazer 32km/h ~ 40km/h.

Na expo separamo-nos do Ricardo e depois eu e o ZP fizemos o regresso a Telheiras pelo Baptista Russo. No final 108kms despachadinhos num instante, mesmo a tempo de vir para casa almoçar em familia !!!

Foi fantastico... e aquele pastel, uiii uiii !!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

2011.11.27 Serra de Sintra


Hoje volta pela serra de sintra com um dia soberbo e um belo grupo de amigos. Em ritmo de passeio subimos da malveira 'a pedra amarela (aonde tirei esta picture) depois seguimos para peninha e descemos ao cabo da roca e praia da adraga. Estava fenomenal. Acabamos a manha com 32km feitos de regresso aos carros pela descida dos degraus de pedra da malveira. Sempre custa menos descer, que subi-los :-)

2011.11.27 - Passeio com a Miudagem pelo Rio Tejo


Da parte da tarde foram 26km junto ao Rio Tejo com a miudagem, familia e amigos.
De Miraflores ao Terreiro do Paço, para comer o chocolate da praxe e voltar a Miraflores. Para uns foi uma verdadeira aventura, e não falo das crianças, mas sim adultos, ou porque nunca tinham pedalado tanto ou porque fazer 10kms de pneu da frente em baixo é obra.

Dia em pleno :-)

Fotografia do por do sol junto ao padrao dos descobrimentos. Tava era um bocadinho frescote.

2011-11-26 52kms em Monsanto

Hoje foram 52km em Monsanto. Os primeiros 26km com o Antonio Gavinho, que teve de regressar mais cedo. Os restantes em modo solitario, ao estilo lucky luc, mas de bike - I'm a lonesome cowboy !! Pelo caminho ainda fui 'a Loja das Bicicletas meter corrente, cassete e prato do meio novos (tambem se gasta - uma g'anda chatice !!), mas volta foi fantastica e o dia lindo, mesmo com arvores destas caidas !!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Brasil Ride: a Crónica

Bom, já passaram umas semanas e antes que me esqueça é bom escrever umas palavrinhas sobre a Brasil ride, até porque não sei durante quanto tempo é que o Tico e o Teco se vão lembrar de todos os detalhes importantes.

Antes de ir…

Foi muito tempo, que com o passar dos dias começa a parecer mto pouco, imagino que na próxima vez que me meter a fazer as malas para uma cena destas a coisa seja mais fluida, mas a sensação das ultimas semanas antes da partida é que tinha uma lista infindável de detalhes para tratar que parecia crescer em vez de diminuir…

Então quando comecei a destruir progressivamente peças da transmissão e a duas semanas de partir percebi que era melhor trocar tudo a coisa tomou proporções algo sérias...

Aqui pelo meio a malta ia treinando, O DBR e muitas passagens pelas pistas de Downhill de Sintra davam-me a sensação de que estava a descer melhor e do treino físico vinha alguma segurança de que a partir do momento em que estivesse na linha de partida em Mucugê com a bike inteira teria vencido mais de 80% dos desafios e tudo o que restaria fazer era a parte fácil: pedalar até ao fim…

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Achava eu, mas já lá chegamos…

Depois de algumas noites mal dormidas, alguma duct tape e muito bouble wrapp pelo meio lá nos despedimos das malas das bikes no Aeroporto de Lisboa e ocupamos os lugares no avião a rezar para que as encontrássemos inteiras do lado de lá do atlântico.

(c) 2011 RuiCardoso.com 081

Salvador…

As bikes vieram ter connosco pelo tapete da bagagem normal (huummmm), mas numa primeira analise pareceu-me estar tudo bem com a Spark… Depois de quase termos pensado que a mala do Hugo se tinha perdido ela lá apareceu na sala de bagagens do lado oposto ao tapete para onde estávamos a olhar… Bem vindos à Bahia!!!...

O desafio seguinte foi arranjar um taxi em que coubéssemos com as bikes e com o resto da bagagem… A receita acabou por ser um compromisso (anotem pq pode não haver mto mais combinações vencedoras): Fiat Doblô com os bancos rebatidos (não rebatem assimetricamente) as malas normais por baixo, depois as malas das bikes e o Hugo sentado num dos lados do banco rebatido…

Na chegada do Hotel demos de caras com o Thomas Vandendaele um belga que já conhecíamos do TPG juntamente com o seu colega de equipa Chris que se tornariam nos nossos companheiros de quase todos os jantares e pequenos almoços durante a prova… Estavam em Salvador desde o inicio da semana e segundo eles não tinha parado de chover desde o dia em que chegaram...

A grande viagem…

Pois, não foi de avião… O autocarro de Salvador para Mucugê levou umas simpáticas 9 horas…

Mas ainda antes do autocarro tivemos animação: uma hora antes do previsto ligam-nos para o quarto a dizer que tínhamos o Taxi à espera e que afinal era uma hora mais tarde do que nos tinham dito no dia anterior (parece que há um horário de verão na Bahia que não é adoptado por todos… Enfim)…

Em menos de 15 minutos estávamos dentro do Taxi. Quando liguei a marcar tinha pedido para mandarem um Fiat Doblô, portanto só tivemos de repetir o algoritmo do dia anterior para arrumar as tralhas…

A rodoviária de Salvador é uma rodoviária normal para uma cidade grande do Brasil (entre uma de Portugal e um Aeroporto, mas pequena em tamanho face à sede da IURD que fica ao lado).

(c) 2011 RuiCardoso.com 091

Depois da aventura que foi conseguir marcar bilhetes de autocarro à distancia foi quase surpreendente a forma "suave" como tudo correu... Ao fim de um par de horas estávamos sentados nos nossos lugares, com um belo pequeno almoço tomado e as bicicletas cuidadosamente acomodadas na bagageira do autocarro. O pessoal foi simplesmente 5*… De tal forma que as 9 horas de viagem passaram rapidamente num misto de admiração e constante simpatia… A meio lembro-me de ter comentado com o Hugo que estávamos a entrar num Brasil completamente diferente daquele em que tinha vivido há cerca de 10 anos atrás…

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Já de noite o autocarro parou em frente à nossa pousada (as paragens do autocarro são mais ou menos onde a malta quiser, e o cobrador do autocarro já se tinha oferecido para nos avisar quando chegássemos)… Lá dentro fomos recebidos pelo Sandro, que seria uma espécie de anjo da guarda para os próximos dias…

A dificuldade das comunicações…

Supostamente a Pousada tinha Wifi, mas os iPhones não se conseguiam ligar, havia uma operadora móvel com cobertura (a Claro - escuro…) mas aparentemente a Vodafone não tem acordo de roaming com eles… O Sandro disse-nos que provavelmente podíamos comprar cartões pré-pagos num Internet Café da cidade e lá fomos…

Compramos os cartões, mas avisaram-nos logo que provavelmente íamos precisar de um numero de contribuinte brasileiro para os poder activar… De volta à pousada o Sandro ofereceu-se para nos activar os cartões com o numero de contribuinte dele… Tentou activar o do Hugo mas o serviço de activação estava em sobrecarga… Entretanto o Sandro deixou-me usar o PC da pousada para mandar noticias para casa… E lá fomos gozar da nossa ultima noite de sono numa cama normal com um telhado por cima…

Dia 0…

Pela manha o Sandro lá nos conseguiu activar os cartões e ao fim de umas horas lá conseguimos fazer chamadas locais e receber chamadas da Elsa e da Teresa (nunca chegamos a conseguir fazer chamadas)…

A Pousada Mucugê tem o melhor pequeno almoço de todas as pousadas em que fiquei durante todas as minhas férias no Brasil… Acho que ficamos por lá a comer vagarosamente durante mais de uma hora…

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A meio da manhã lá pegamos nas malas e começamos a árdua tarefa de montar as bikes… Não havia grandes danos a registar da viagem, a válvula do pneu da frente da Spark insistia a não vedar, mas depois de uns toques (e mais tarde um tratamento de um dos mecânicos da prova) lá começou a cumprir com a sua função…

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De resto só tive uns percalços a montar o desviador traseiro: tinha optado por desmontar o desviador (a protecção da mala não me deu mta confiança) e pareceu-me ser mais simples tirar o dropout completo. O único problema foi que o torque que o Rui me tinha dito para apertar o dropout era exagerado e acabei por moer a rosca…

O que vale é que tinha levado uns 4 dropouts e tinha parafusos de sobra (na altura achei que só tinha moído o parafuso, mas ao voltar percebi que tinha estragado mesmo o dropout (de qq forma os anjos deviam estar comigo pq a coisa não deu problemas - provavelmente pq o fecho da roda ajuda a segurar o drop-out no sitio)…

Umas horas depois "rolávamos" pelas calçadas de Mucugê com as bikes a acusar um perfeito estado de funcionamento… Disse "rolávamos" entre aspas porque as calçadas que os nossos antepassados deixaram na Bahia são mais próximas das nossas calçadas romanas ou medievais do que daquilo a que chamamos calçada portuguesa ;) …

Pedalamos até à Vila Brasil Ride onde o Mário Roma veio logo ter connosco e nos convidou a experimentar o prólogo (nós já íamos mesmo com intenções de o fazer, portanto :) ) … Antes de partirmos deixou-nos com umas palavras de atenção: tenham cuidado que isto é um circuito de XCO ao nível do campeonato do mundo…

E lá fomos… Vários dias sentado tinham-me deixado um bocado... "encadeirado" tanto que nos primeiros metros até um trilho perfeitamente normal me parecia não fluir assim mto bem… A coisa foi ficando um pouco mais pedregosa até que mudou para 100% arenosa antes duma travessia de rio em que polemicamente fizemos como os locais e tiramos os sapatos e aproveitamos para refrescar um bocado os pés, olhar para a paisagem e tirar umas fotos…

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Saia-se do rio por um estradão de areia, e finalmente parecia que estava a harmonizar um pouco melhor com a bike… Uma passagem por asfalto deu para pensar que se calhar a tal cena do XCO era para meninos e a coisa não era assim tão perigosa quando eis senão quando entramos num trilho de garimpeiros que fazia parte da antiga estrada real: um autentico labirinto de rochas… A subir, a descer, lisas, redondas, quadradas, com degraus… e mais degraus… e areia pelo meio… e… nesta primeira passagem pareceu-me interminável…

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O Luis Delgado fez uma referencia a Drave, sobre esta foto no facebook, mal sabíamos nós que nos dias que se seguiriam iriamos ter várias passagens por Drave, muitas vezes consecutivas…

A coisa lá termina numa subida de asfalto para voltar a entrar em terra por uma subida que dá a entender que o pior já passou, mas que termina numa secção em que até o Hugo disse algo do tipo "gostaria de ver os tipos da frente a descer por aqui"… De facto mais tarde o Tiago Ferreira lá nos confirmou que aquilo “se fazia”…

E pronto estávamos de volta à cidade depois de 12 km e 90 minutos… Era hora de almoço, portanto lá fomos à procura de… Massa!!!...

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A meio do dia e já parecia que conhecíamos toda a gente, ou que toda a gente nos conhecia, típico no Brasil… E como o mundo era mesmo pequeno toda a gente pergunta se conhecemos o João Marinho, a Luli cox e o Alfredo Azevedo...

Depois do almoço era hora de abrir o secretariado, portanto lá fomos levantar os dorsais e os malfadados Sacos de 80 litros onde deveria caber a nossa vida para os dias de prova…

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Foi entre um par de Havaianas e uma T-Shirt Timberland (sim, dão uns brindes fixes) que a esposa do Mário Roma se vira para nós e diz algo do tipo: Salta Pocinhas???!!!... Então, só 2???... Cadé o resto da galera, vc's são tantos!!!...

De volta à pousada lá nos fomos preparar para a "grande mudança"… Na realidade os sacos devem ter mais de 80 litros e tudo o que tínhamos coube sem problemas… "Podia ter trazido o par de sapatos suplente" - Pensei para mim…

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O problema logístico que se seguiu foi: como levar a bagagem (incluindo as malas das bikes) da pousada para a Aldeia Brasil Ride (era para aí 1km de calçada onde nem a sonhar conseguiríamos arrastar as malas)…

Perguntamos ao Sandro se nos podia chamar um taxi e ele ficou com um olhar algo vago… "Não tem bem um taxi na cidade… Eu vou falar com um amigo que trabalha numa fazenda para ver se ele pode trazer a picápi"…

Aqui pelo meio o Daniel Batista (team Tia Sônia), de Belo Horizonte ofereceu-se para nos dar boleia e lá fomos fazer umas piscinas para levar as malas e deixar os sacos nas tendas… Na ultima viagem levamos as bikes para o bike park e chegamos exactamente quando estavam a chegar os autocarros com o pessoal todo vindo do Aeroporto de Salvador… Já era quase de noite…

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Inesperadamente demos logo de caras com o Nuno Luz e lá começamos a debitar o nosso extenso conhecimento sobre o local e o percurso do dia seguinte… Só tinha passado um dia, mas pareciam semanas…

Acabamos por jantar no Lounge da prova que fazia umas pizzas com massa integral fantásticas, mas que lutava com graves problemas de logística… O Thomas e o Chris juntaram-se a nós e ao fim de algum tempo lá conseguimos saciar a fome com 5 das 8 pizzas que o bar produziu naquela noite…

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© 2011 Alexandre Cappi

Depois do jantar os nossos companheiros foram montar as bikes e nós fomos dar uma volta pela cidade em busca de um café… Num dos restaurantes encontramos o resto da caravana portuguesa, todos um pouco mais apreensivos com a etapa do dia seguinte do que nós… "à partida não define nada, mas pode definir - disse alguém"…

Seguiu-se a nossa primeira noite numa tenda…

Dia 1…

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© 2011 Alexandre Cappi

Não dormi tão mal como seria de esperar, mas também não foi uma noite completamente descansada…

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Penso que nesta prova, para quem quiser dormir em tendas e se as condições se mantiverem (os colchões são bons) quase faz sentido levar um lençol normal e um saco cama que abra completamente para servir de manta…

Pessoalmente e dado o preço do alojamento, acho que se voltar à Brasil Ride optarei mesmo por ficar em pousadas e por usar a tenda como armário/roupeiro (para não ter de andar a carregar com o saco de um lado para outro)…

Como seria de esperar acordamos com o nascer do sol, voltamo-nos a encontrar com o Thomas e com o Chris e lá fomos à procura de um lugar para tomar o pequeno almoço (estranhamente, tanto o Jantar do dia 0 como o pequeno almoço do dia 1 não são assegurados pela organização - na opinião de grande parte do pessoal é uma grande falha a rever)…

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O único café (mais uma tasca) aberto na cidade não tinha aspecto de conseguir servir mais pequenos almoços (o pessoal que chegou antes já tinha acabado com os stocks)… Portanto lembramo-nos de ir perguntar ao Sandro se podíamos tomar o pequeno almoço na Pousada… E assim foi: mais um belo e demorado pequeno almoço na Pousada Mucugê :) …

A partida do prólogo era só por volta do meio dia, e como se partia por ordem de numero de minuto a minuto a nossa partida não seria antes das 13h30, portanto ainda tivemos mto tempo para… Não fazer nada :) ... E ir calmamente ao brieffing…

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Sobre o prólogo não há muito a dizer, na realidade fomos chamados antes do tempo dado que houve muita gente que não partiu na sua devida ordem, mas quando foi dado o tiro de partida lá fomos…

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© 2011 Alexandre Cappi

A ideia era não forçar o ritmo, deixar as forças e o equipamento na forma máxima para o dia seguinte e manter os sapatos secos (ainda não consegui perceber a cena de ter dores brutais na planta dos pés quando pedalo de pés húmidos, mas claramente torna-se urgente perceber)…

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© 2011 Bruno Senna

Desmontei menos do que na volta de treino, mas mesmo assim desmontei mesmo muito… Mas lá acabamos, com quase menos 40 minutos do que no dia anterior (sem paragens para fotos ou para refrescar)…

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© 2011 Ivan Padovani

O 94º lugar é demonstrativo da nossa postura conservadora e claramente de aquele ainda não ser o meu elemento. Mais tarde o Tiago Ferreira viria a confirmar-nos que aquele era realmente um circuito de XC perfeito - "Respect" para os moços dos karts ;) ...

As bikes foram directas para o bike park (tudo perfeito para o dia seguinte)… E acabamos a tarde na esplanada de um café na praça central de Mucugê, que se viria a tornar o nosso lugar preferido na cidade (o lugar onde tudo acontece e onde observar a acção é muito melhor do que ver tv)…

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No fim do dia, passamos por uma das Lan Houses e entre uma ligação mto lenta e um teclado sem metade das letras lá iniciamos aquele que seria o nosso diário dos tempos de prova (no início era para ser só uma vez sem exemplo, mas depois não resitimos e tivemos de continuar com a obra, apesar das contrariedades…)

Dia 2…

Tal como prometido a "wake up call" foi às 4h00 da madrugada… A noite não foi pacifica, abateu-se uma tempestade sobre o acampamento e acordei com a chuva a cair-me em cima, portanto foi com algum alivio que saí para o escuro ao "tocar da sirene"… O tocar da sirene quase não se ouvia, mas de seguida o animador da prova começava o discurso matinal "Bom dia, bom dia, bom dia!!!..." e não deixávamos de o ouvir até nos afastarmos largos metros da linha de partida… Nos últimos dias já tínhamos reacções inatas a esta voz (podem imaginar o tipo…)

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© 2011 Ivan Padovani

O primeiro pequeno almoço fornecido pela organização veio confirmar o que já nos tinham dito: a comida é um ponto alto da Brasil Ride!...

Ainda se viam as estrelas quando alinhamos para a partida…

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15 minutos depois, num misto de noite com lusco fusco, lá foi dada a largada… Os primeiros 15 km seriam em asfalto (falso plano inclinado) portanto seria de esperar alguma animação no pelotão…

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© 2011 Ivan Padovani

Na segunda curva o Hugo perdeu o bidon do gel e tivemos de esperar que toda a gente lhe passasse por cima para o irmos buscar… Claro está que perdemos o pelotão, na altura pensei que talvez fosse melhor assim dado que não teríamos a tentação de tentar acompanhar o grupo da frente para além das nossas capacidades…

E lá fomos de grupo em grupo… Lembro-me de a certa altura ver o pelotão da frente parar ao fundo, para instantes depois perceber que já havia pessoal pelo chão… Ainda não tinham passado 5km…

Até cerca dos 10km lá fomos avançando, nunca tinha grandes hipóteses de descansar nas rodas que ia apanhando, estavam todas demasiado lentas, portanto ia seguindo à medida que o dia clareava… Lembro-me perfeitamente de ir a sentir o vento na cara e de pensar para mim mesmo que "quem vem à frente de um pelotão raramente ganha a corrida, mas na realidade é aqui que gosto de estar"… De vez em quando olhava para trás e percebia que o pelotão atrás de nós ia aumentando…

A certa altura houve uma dupla que passou para a nossa frente e espevitou um pouco o andamento e lá fomos alternando a liderança até ao fim do trecho de asfalto…

Com a saída do asfalto o nosso pelotão partiu completamente, e ficamos só os 2 e o Nuno Luz que vinha no pelotão e já estava a solo (o colega teve alguns problemas no prologo)… Nesta altura o sol tocou o limiar do horizonte e banhou-nos num espectáculo de cor…

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Sinceramente lutei um pouco comigo sobre se devia sacar da maquina ou concentrar-me no ritmo, mas acabei por ter de tirar as primeiras fotos do dia e ainda bem que o fiz, porque segundos depois o sol foi tapado pelas nuvens e as cores voltaram a apagar-se…

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O Nuno Luz, vira-se para mim e diz: tens de me mandar essa foto porque é a prova de que por breves momentos andei à tua frente :) …

Os primeiros 100 km foram divertidos, na maior parte do tempo o piso era pedregoso e bastante duro, difícil, mas "apenas" ao nível de um Geo Raid…

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© 2011 Ivan Padovani

O Hugo rasgou o pneus de trás por volta do km 50, e lá demos uso a uma das cargas de CO2 que tinha comprado no dia anterior a preço de ouro (tb só tínhamos levado um pneu suplente…) … Estranhamente recuperamos rapidamente as posições que tinhamos perdido a mudar o pneu…

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Nunca vou esquecer a passagem pela cidade de Piatã, onde centenas de crianças ladeavam as ruas e estendiam as mão na nossa direcção para um high5 … Ir a pedalar e a sentir uma mão após outra durante dezenas ou até centenas de metros é uma sensação brutal!...

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© 2011 Ivan Padovani

O Hugo lembra-se de duas subidas aqui pelo meio, eu lembro-me de mais de 20km de single-track, que apesar de tudo foram bastante fáceis e divertidos quando comparados com o que se seguiria…

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© 2011 Fabio Piva

Entre o km 100 e o 120 esperava-nos o trecho mais duro de toda a prova (e provavelmente da minha vida). No filme da etapa usaram o Highway to Hell como pano de fundo nas imagens desta parte e não poderiam ter feito uma escolha mais acertada. Foram intermináveis km de Single Track, mais a subir do que a descer, muito pouco cicláveis, dentro daquilo que a organização chama "mata fechada" e que os nossos colegas brasileiros chamam "Vietnã"…

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De facto não paravam de me vir à cabeça imagens do filme predador e a cada momento esperava que um extraterrestre saltasse do meio da vegetação e nos fizesse desaparecer da face da terra…

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© 2011 Bruno Senna

O piso alternava entre grandes calhaus que tínhamos de escalar com as bikes às costas, trechos de lama, piso solto, partes em que a vegetação era tão densa que nem se via o chão (o que não era propriamente mau)… Mais calhaus, mais lama, lama preta até aos joelhos… E tudo isto num ambiente labiríntico em que a vegetação não deixa ver o céu e a cada curva esperamos que a coisa termine, mas percebemos que começa tudo de novo…

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© 2011 Ivan Padovani

Com o tempo a passar muito mais rapidamente do que os kms é facil deixarmos de controlar a comida e a hidratação, e conseguia sentir que a concentração me estava a ser sugada a cada minuto que passava… Pensava continuamente no quanto desejava estar na difícil subida de 15km antes do final e não ali, mas o caminho era para a frente...

A certa altura umas ervas enrolaram-se nos roletes do meu desviador traseiro, que encravou e fez com que a corrente saltasse para o espaço entre a cassete e a roda… Vieram-me à cabeça as recordações das aventuras do Jorge Santos no TPG e no DBR e pensei que a coisa se ia acabar por ali… Entrei em pânico…

Felizmente lá conseguimos tirar a corrente sem ter de fazer manobras radicais e aparentemente não havia danos na transmissão…

O inferno acaba com a travessia de um rio de águas límpidas que convida a ficar por ali e tomar um banho… Fomos conservadores e só demos banho às bikes para ver se conseguíamos tirar a lama preta, mas a coisa mais parece petróleo e teima em não sair…

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© 2011 Ivan Padovani

É um pouco estranho pedalar mais do que 10 metros seguidos depois de uma coisa daquelas… E não foi uma grande surpresa perceber que os meus pés estavam a começar com a sua maldição dos ambientes molhados… Nas descidas parecia-me que os meus travões estavam a perder eficiência, mas na realidade era a minha capacidade de os dosear que estava afectada… Quando finalmente vimos uma paisagem aberta à nossa frente não consegui resistir a parar para uma foto e desta vez foi a minha vez de servir de modelo…

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© 2011 Hugo Noronha

Na passagem pela ultima zona de abastecimento percebemos que já havia uma série de baixas no pelotão, mas nunca imaginei que fossem tantas… Mais uns km e ali estava o momento pelo qual tanto tinha esperado: os últimos 15 km de subida…

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A primeira parte não é assim mto inclinada e até deu para filosofarmos um pouco sobre a vida, para comentarmos como mesmo só até ali aquela etapa tinha sido a mais difícil das nossas vidas e como as recordações dos nossos amigos, treinadores e mentores espirituais nos estavam a ajudar a passar por aquele dia…

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A subida foi inclinando, inclinando mais, e mais, e a cada curva havia mais inclinação e mais uma curva e mais uma… Pedalava na mudança mais leve e as dores nos pés estavam a dar comigo em doido… Passamos por muitas equipas, nenhuma delas em cima das bikes, algumas sentadas na beira do caminho…

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Não sei porque é que não parei, se pelo medo de não conseguir voltar a pedalar, se por teimosia (não era vergonha porque quem chega até ali não tem muito mais que provar) as pernas e o relógio diziam-me que o problema não estava no sistema cardiovascular, mas a dor já me subia pelos gémeos e quase me paralisava os abdominais… Ao mesmo tempo os ombros começavam a acusar o esforço de carregar com a bike e o pescoço caia no cansaço da posição demasiado baixa a que o meu quadro tamanho M me obriga…

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Com a paisagem a ajudar nos momentos em que não me limitava a confrontar simplesmente os 2 metros à frente do guiador a subida lá se acabou… Restavam 4km ou 5km de descida que seria uma descida fixe se a trepidação não me massacrasse ainda mais, pelo caminho íamos perguntando ao pessoal da organização quanto faltava, a resposta era sempre: 1 (levamos algum tempo a perceber que não era 1 km , mas sim "um pouquinho" :) ) …

Quando finalmente entramos nas ruas calcetadas de Rio de Contas não consegui evitar gritar de dor… Já se viam as bandeiras e já se ouvia a música, mas parecia que nunca mais chegávamos… Tinham passado mais de 10 horas desde a partida...

Na meta esperava-nos uma bandeira axadrezada… A primeira coisa que fiz foi dar um grande abraço ao Hugo, a segunda foi uma sessão de autógrafos com as crianças da cidade, a terceira foi tirar os sapatos...

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Quando algumas horas depois, com o banho tomado, uma bela massagem e de ter deixado a bike nas mãos dos mecânicos passamos pela zona de chegada outra vez, percebemos que ainda não tinham chegado mais de 70 equipas…

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Se a luz da Chapada é algo de fantastico, então os fins de dia em Rio de Contas são qualquer coisa de singular… No final do dia a organização aumentou o tempo limite para mais de 13 horas, mas mesmo assim 75 das 150 equipas iniciais não terminaram a etapa e ficaram fora da classificação geral...

Dia 3...

Com a tareia do dia anterior a organização foi simpatica e marcou a partida para as 10h00… Assim tivemos tempo para um grande e animado pequeno almoço…

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© 2011 Hugo Noronha

Depois da amostra do prólogo já imaginava o que nos podia esperar numa etapa que consistia em dar 5 voltas a um circuito XC, principalmente tendo em conta que desta vez os 300 participantes iriam largar todos ao mesmo tempo…

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© 2011 Ivan Padovani

Nesta etapa não era necessário irmos em dupla, portanto optamos por ir cada um na sua faixa de conforto... Quebrei um pouco o figurino do dress code XC e optei por levar camelbak apesar de poder abastecer de água a cada volta, assim garantia que ia bebendo, enquanto que com um bidão em ambientes adversos já não me dava a mesma segurança...

Acho que quase me lembro da totalidade do percurso, saia-se da cidade a subir, entrava-se num single track a subir seguia-se uma descida rápida, depois uma subida de 2km em estradão (até aqui tudo bem...) que acabava num single track a descer, desafiante na primeira volta principalmente pq andei embrulhado com um dos tandems, divertido nas voltas seguintes...

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© 2011 Alexandre Cappi

Começava-se a subir ainda em single track, e acabava-se numa secção de push bike... Foi aqui que percebi que no país irmão, ter partes em que se carrega com a bike faz realmente parte do figurino (algo a treinar para futuras participações)...

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© 2011 Fernando Monteiro

Depois de carregar com as bikes subida acima entravamos dentro de uma capela… 5 voltas, 5 bençãos, mais um detalhe singular que me deve ficar na memória para sempre…

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© 2011 Fernando Monteiro

E seguia-se uma descida que... Bom... Até poderia ter feito (em parte) se não tivesse mais dias de prova pela frente e se não houvesse montes de pessoal por todos os lados...

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© 2011 Bruno Senna

A cena era assim como que uma sucessão de drops com piso solto pelo meio e bastante inclinação...

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© 2011 Alexandre Cappi

A descida lá acabava numa secção rápida e divertida em que se atingiam velocidades consideráveis, perto do final havia uma rampa em que dava para levantar voo (volta após volta cada vez mais alto e mais longe)... E entrava-se outra vez na cidade...

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© 2011 Ivan Padovani

A partir da segunda volta comecei a sentir-me bastante bem nas subidas, mas mesmo assim não forcei muito... Para terem uma ideia, o Leão Pinto deu-me a primeira volta de avanço quando eu ia no inicio da 2ª volta... Na quarta volta o Hugo apanhou-me no fim da descida escabrosa, mas deixei de o ver outra vez...

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© 2011 Fabio Piva

Finalmente na 5ª volta comecei a ver mto menos gente na pista e já dava para voar baixinho pelos single tracks mas a grande descida ficou lá para futuras ocasiões...

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© 2011 Alexandre Cappi

Cruzei a meta aliviado por ter acabado e por ter tudo inteiro… O Hugo chegou segundos mais tarde com más noticias: tinha caído na descida escabrosa e o pessoal que vinha atrás passou-lhe por cima. Resultado: drop-out rachado e cage do desviador torta... O que vale é que não só connosco, os mecânicos da Shimano fizeram vários milagres ao longo da semana de prova.

A partir deste dia comecei a marcar massagens de 1 hora, as massagens eram num mini SPA na cidade e como era impossível estar na tenda durante o dia com o calor esta era uma forma de conseguir descansar num ambiente agradável e ainda por cima com alguém a fazer-me festinhas... Obviamente que conseguia sempre adormecer e pelo meio ainda aproveitava para pedir para me carregarem a bateria da maquina fotográfica :) ...

Depois da massagem calçava as meias de compressão (grande invenção, fiquei fã) e sentava-me no exterior a ver o por do sol... Era realmente fantástica a forma como o acampamento se enquadrava no centro da cidade e como atletas e locais se misturavam nas sua rotinas diárias...

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Algures por esta hora ligava o telemóvel e recebia a chamada da Elsa e meio embalado pelo ambiente lá me encontrava com o Hugo e com o resto do pessoal e íamos beber umas águas de coco antes do jantar...

Dia 4...

A organização prometia ser o dia mais bonito em termos de paisagem mas realmente neste ponto nem o prólogo foi mau... O percurso começava rolante o que era bom para aquecer mas depois começava a inclinar... De qualquer forma nos primeiros 30km sentia-me feliz por estar a pedalar...

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© 2011 Bruno Senna

Mais ou menos a meio havia uma secção em single track, já não me lembro bem, mas eram uns 15km... No inicio este era daqueles em que só havia uma trajectoria possivel dado que era tão estreito que passávamos o tempo a roçar com os sapatos nas paredes laterais... Lembro-me de a certa altura ter roçado com o disco de travão traseiro numa pedra e de ter pensado no que estava do outro lado...

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© 2011 Alexandre Cappi

O meu problema com estes single tracks é o facto de durante kms a fio não haver um espaço para recuperar. Os obstáculos sucedem-se e quando paro ou hesito é muito difícil voltar a recuperar o foco e tudo passa a parecer tão cansativo como intransponível...

O single track acaba numa secção em mata fechada (Vietnã) que no inicio parecia as pistas de downhill de Sintra (até o cheiro da terra era o mesmo)...

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© 2011 Hugo Noronha

Mas que com o tempo se torna cada vez mais técnico (chato), com drops, troncos e pedras cobertas de musgo molhado. Claro está que perdemos muito tempo por ali... E perder muito tempo significa perder concentração e sentir que carregamos aquela floresta em cima das costas...

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© 2011 Alexandre Cappi

O Hugo acabou por cair no final do single track e voltou a rachar o drop-out que já era o suplente e não tinha mais nenhum... Faltavam uns 7 km para o abastecimento onde também havia assistência mecânica que não foram nenhuma pera doce: calhaus, valas com lama acima dos joelhos, descidas fixes que não saboreamos, enfim...

O veredicto do mecânico foi o temido: era melhor não mexer para não partir. Daí para a frente o percurso não tinha muito de técnico e a "única dificuldade" era uma subida longa antes do final (todas as etapas acabam com subidas de 10km pelo menos)... Pelo caminho fomos perguntando ao pessoal com Cannondales se tinham dropouts de reserva: "vc tem gancheira dgi reserva?"…

Rapidamente um membro dos "Coroas do Cerrado" prontificou-se para emprestar um drop-out no final da etapa...

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Só tínhamos que chegar ao fim. o Hugo não tinha mudanças leves, portanto acabou a empurrar a bike nas partes mais inclinadas (que não foram poucas)...

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De qualquer forma, como era normal sempre que as coisas se tornavam menos técnicas lá fomos apanhando o pessoal que nos tinha passado no single track…

A meio da subida o termómetro passou dos 40 graus, lembrei-me da celebre frase do ZP "o calorzinho é nosso amigo" mas naquela altura estávamos com outras preocupações... De qualquer forma tomar banho em todas as zonas de assistência e manter os manguitos molhados torna as coisas bastante mais suportáveis ;) ...

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A etapa acabou a descer pela mesma descida do fim do segundo dia e desta vez sem dores nos pés fomos a voar até à meta...

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© 2011 Fabio Piva

Alguns kilos de melancia mais tarde chegaram os nossos colegas dos Coroas do Cerrado e o Hugo foi com eles buscar o dropout, no fim do dia a Flash estava pronta para outra.

Dia 5...

Mais uma etapa que no papel não parece ter grandes problemas, mas que na pratica bate de outra forma... Segundo o brieffing iriamos ter 10km de single track e uma subida de 800m não pedalavel... No entanto o pessoal repetente falava da etapa com muito respeito, portanto partimos com alguma reticencia e com o objectivo claro de não partir nada (em nós e nas bikes)...

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Tal como no dia anterior começamos em plano, mas passaram poucos km antes de entrarmos naquilo que pensei ser o single track, digo "pensei" porque a partir deste ponto contei 20km e não os 10 referidos pelo director de prova, portanto não sei bem onde era o inicio oficial do single track...

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Se até ali a diversidade de terrenos tinha sido brutal, este single track quebrava todos os limites e introduzia areia mole no meio de todos os elementos que já tínhamos experimentado: areia em plano, a subir e a descer... Areia depois de um drop e antes de um degrau que sobe... Areia em cima das pedras... Lama e areia, mais pedras... You got the point... Ou se calhar não ;) ...

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© 2011 Ivan Padovani

Abusar um bocado na areia mandou-me ao chão 3 vezes, em cada uma delas larguei-me a rir e voltei para cima da bike "looking for more"... A certa altura um pau meteu-se entre os raios da minha roda da frente só tive tempo para escolher o sitio com pedras menos afiadas para uma aterragem forçada... Percebendo que tinha tido sorte 4 vezes tornei-me um pouco mais conservador dali para a frente...

O single track acabava por volta do km 35... Acho que já tinham passado entre 3 e 4 horas de etapa quando o acabamos e mais uma vez a brincadeira tinha ido muito além do limiar da diversão, a primeira zona de assistência era no fim deste trecho e se não fossem as nossas reservas de água avantajadas tanto tempo sem assistência teria sido um problema para nós (é normal ver pessoal com um único bidom)...

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Como sempre a melancia soube-nos como nada naquele momento poderia saber... O calor começava a fazer-se sentir (com a aclimatação de vários dias o facto de começarmos a sentir queria dizer que a temperatura se aproximava dos 40 graus)...

Seguiu-se um trecho rápido em estadões de areia muito compactada... Descer a mais de 60 km/h numa estrada avermelhada que serpenteia pelo meio do verde das árvores, é qq coisa o outro mundo (até para um daltónico como eu)...

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Atravessamos algumas aldeias em que o único meio de transporte publico são camiões... A certa altura passamos algum tempo atrás de um camião que trazia miúdos da escola (um autentico school truck!). Ainda consigo ouvir a gritaria ensurdecedora... Numa subida lá deixamos o camião para trás e eis que chegamos à subida não ciclavel de 800m...

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© 2011 Alexandre Cappi

O facto de esta parte ser digna de menção é quase uma piada quando antes de chegar a este ponto já nos fartamos de andar com as bikes às costas... No topo vi o meu relógio a registar a temperatura mais alta de toda a semana: 46 graus (pouco tempo depois da foto, aqui ainda “só” estavam 44)...

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Do outro lado a descida tb não era nenhuma pera doce, qq coisa tipo o inicio da descida para Drave, mas com curvas e em vermelho... Quando temos noção que o calor já nos tolda a concentração a coisa parece ainda mais perigosa...

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© 2011 Alexandre Cappi

A seguir houve umas subidas em que deu para recuperar e onde dei comigo a pensar que realmente naquela prova só se descansava nas subidas (passados cinco dias ainda não conseguia deixar de ficar boquiaberto com a paisagem)...

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E chegamos a mais uma zona de assistência, daí para a frente a coisa ficou... Rolante!!!... Rolante como não me lembro de ser desde o inicio... Alegre por estar a pedalar dei a cara ao vento e com o Hugo na roda devoramos mais de uma vintena de km num curto espaço de tempo...

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© 2011 Fernando Monteiro

Na ultima zona de assistência deram-nos banho de mangueira, e só faltava mais uma subida longa, desta vez em asfalto e não muito progressiva... Tivemos a sorte de o sol ter ficado atrás das nuvens enquanto subimos... E o azar de não ter assim grande luz para iluminar a paisagem…

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© 2011 Alexandre Cappi

Mesmo os carros subiam com dificuldade e os autocarros então, pareciam arrastar-se por ali acima...

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No fim da subida havia uma cascata que dava para passar com a bike por baixo a pedalar :) ... E pronto, mesmo com o meu festival de quedas este tinha sido o dia mais pacifico até ao momento... Passar na zona da meta com a musica em altos berros e ouvir os nossos nomes era um passo extremamente importante no inicio da recuperação para o próximo dia…

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© 2011 Ivan Padovani

Com o passar dos dias nunca conseguimos deixar de falar da nossa admiração sobre o facto de o calor não nos estar a fazer grandes mossas... O calor estava lá de facto, dava para sentir, mas não era a maior dificuldade…

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© 2011 Alexandre Cappi

Todos os dias havia pessoal que ficava a soro e víamos elementos de outras equipas deitados nas sombras a tentar recuperar da desidratação e aparentemente eram os Brasileiros os que mais sofriam... Ainda mais estranho: não tivemos uma única cãibra ao longo da semana...

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O último fim de dia em Rio de Contas deixou-me algo triste… Uma parte de mim ficou naquela cidade: a luz, as pessoas e a forma como a estrutura da prova se enquadra na cidade é algo de extraordinário. Ao mesmo tempo, voltar para Mucugê era o sinal de que a prova se estava a acabar. Estranhamente parecia que tinhamos abandonado as nossas vidas normais há uma eternidade, mas ao mesmo tempo não havia qualquer urgência em voltar… Urgente era comer (o jantar atrasou-se neste dia) e dormir para viver a experiência do dia seguinte…

Dia 6...

A etapa de regresso a Mucugê tinha quase 130km e como tal esperava-se longa... Estranhamente não tinha zonas técnicas dignas de registo e a única dificuldade seria a travessia de um vale em que as temperaturas tinham tendência a bater recordes e uns 40km de subidas perto do final...

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Para evitar o calor a partida seria às 6h30 e a wake up call estava marcada para as 4h30... Por algum motivo estranho o animador enganou-se e começou com o "Bom dia, bom dia, bom dia!!!" às 4h00… ARGH!!!... Eu até estava a dormir bem naquela noite!!!...

O percurso começava por subir 2km, atrás de nós o dia começava a nascer e a paisagem estava brutal… Com a pratica dos dias, saquei da maquina e tirei umas fotos sem olhar para trás… E eis que oiço alguém dizer: “eh pa! espero que me me tenhas apanhado na foto mais uma vez!!!…”

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E de facto, lá estava o Nuno Luz na foto em grande estilo e fomos numa amena cavaqueira até ao final da subida…

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© 2011 Fernando Monteiro

Depois havia uma descida rápida de 15km... Umas escorregadelas do pneu da frente nas primeiras curvas da descida deixaram-me com a sensação de que era melhor ir com calma, a descida era rápida, mas com areia em cima de piso duro e com algumas curvas em cotovelo... Juntando a isto o facto de ainda estarmos meio a dormir a coisa podia não correr bem...

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© 2011 Ivan Padovani

E de facto não passou mto tempo até começarmos a ver pessoal no chão... Houve várias quedas graves nesta descida, entre elas a do Nuno Luz que no final da etapa nos disse que há mto tempo que não tinha um dia tão mau na bike por ter pedalado mais de 100km cheio de dores...

Para contrabalançar a mãe natureza presenteava-nos com um espectáculo de luz (provavelmente o melhor da semana – Rio de Contas fez questão de se despedir em grande!!!)... Mais um motivo para abrandar e apreciar, mas não o suficiente para dar para tirar fotos ;) ... Cotentei-me com gritar em plenos pulmões “isto é lindo!!!”…

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Seguiram-se mtos km de rolling hils (ou portuguese flat)... A certa altura juntamo-nos com o Luis (que tinha partido a escora de uma Scalpel no 2º dia) e o Gil e seguimos em pelotão: eu e o Luis a alternar na frente e o Hugo e o Gil na roda...

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Abastecemos na assistência antes da zona onde se esperavam altas temperaturas e seguimos... O pelotão cresceu e diminuiu, mas mantivemo-nos os 4, o Gil para além de me insultar por tirar fotos enquanto ele sofria só dizia: "Portuga, vc não vai deixar a gente aqui, pois não???..." Como o calor não parecia apertar muito optei por imprimir um ritmo que nos tirasse dali antes que a coisa começasse a apertar… Penso que foi bem jogado pq quem passou mais tarde sofreu um bocado...

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E lá chegamos às subidas do fim... Acho que tanto para mim como para o Hugo não fora tão difíceis como se esperava. Apesar de mais uma vez termos tido uma amostra de todo o tipo de piso que poderia haver…

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© 2011 Ivan Padovani

O facto de estar a pedalar há quase 100km sem ter de carregar com a bike tb contribuíam bastante para a minha boa disposição...

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© 2011 Ivan Padovani

Na parte final tínhamos mais uns 10km rolantes e 15 de estrada... Voltamos a organizar o pelotão de 4 e foi aviar cartuxos até ao fim...

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O tempo ajudou outra vez e ficou nublado, lembro-me de irmos a rolar a mais de 35 km/h num estradão de areia, numa recta interminável e de os meus óculos não me deixarem perceber onde havia areia solta, mas a voar baixinho também já não era muito importante... Ia tão concentrado que nem percebi que atrás de mim o Gil estava a ser entrevistado por uma das motas que acompanhavam a prova...

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© 2011 Fabio Piva

E pronto foi uma chegada em grande!... Finalmente um dia em que o percurso era para mim e em que subimos umas 6 posições na classificação geral...

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© 2011 Alexandre Cappi

Ficamos mesmo bastante tempo na zona da meta a enfardar melancia e tudo o que havia por lá… Foi só um dia e mesmo só entre os 4 parecia haver uma quantidade enorme de histórias para recordar.

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Depois dos banhinhos tomados e das merecidas massagens de 1 hora, desta vez ao ar livre e com uma brisa a ajudar, adormecemos em menos de nada...

Acabamos a tarde no nosso bar do coração, com o resto do pessoal, a comer Açaí e Pizzas e mais uma vez a beber tudo o que havia por lá (até as imagens)...

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Dia 7... (o ultimo)

No brieffing deram-nos a decepcionante noticia que não só a etapa do dia seguinte seria cortada para metade devido a risco de incêndio, como consistiria de 17km de estrada, 18 em terra com alguns segmentos de estrada e terminaria com uma volta ao malfadado circuito do prólogo...

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Lembro-me de ouvir o Chris dizer "I'm so disapointed!!!..." - Eu também estava, e não conseguia deixar de pensar que o principal motivo para a redução era o cansaço geral do pelotão...

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O percurso em si era um barril de pólvora, uma etapa rápida ao gosto do pessoal do país irmão e com o circuito no final que se já é mau quando o fazemos isolados então com um pelotão enfurecido a entrar por lá adentro dava para imaginar... Pouco tempo antes da partida começou a chover…

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Desta vez não tivemos percalços no arranque e lá fomos tentar defender a posição (tínhamos 2 equipas no minuto atrás de nós) não partimos muito à frente e inevitavelmente ao fim de algum tempo quando o pelotão começou a partir lá fomos tentando saltar para o pelotão da frente, quando saltávamos puxávamos um pequeno pelotão connosco…

A certa altura voltei a ter a estrada aberta à minha frente, o pelotão da frente ia bastante à frente… Olhava para trás e eram tantos capacetes que já não conseguia perceber se o Hugo vinha lá... Fiquei ali alguns segundos admirado com o quanto ainda conseguia subir o pulso e a apreciar o momento e saí para o lado para esperar pelo Hugo que lá apareceu segundos depois e seguimos...

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© 2011 Alexandre Cappi

Até ao fim da secção de estrada voltamos a não ter grande ajuda, todos os que ficavam para trás ou estavam muito empenados ou na ronha como uns compinchas Polacos que já conhecíamos de outros dias (grandes pernas, mas sempre à mama)...

A estrada termina numa descida brutal que fizemos a mais de 70km/h e entramos num single track com uma curva a 90 graus... Como éramos poucos e como esperado os polacos aproveitaram para atacar na descida a coisa não correu mal, mas há umas imagens assustadoras a entrada de um dos grupos da frente...

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© 2011 Alexandre Cappi

O single track era rápido: entre curvas e contracurvas uma lomba e outra a velocidade não descia de 30... Entramos num estradão e voltamos a ter pelotões atrás de nós, a certa altura apanhamos o Gil do dia anterior, e um pouco mais tarde a Adriana e a Sabrina (1as classificadas na categoria feminina)... O Gil tinha-se perdido do Luis, portanto cabia-me a cabeça do pelotão :) ...

Lembro-me de ir a 35 km/h e ver uma daquelas lombas à minha frente em que levantamos voo e de ter pensado nos 6 ou 7 que vinham atrás e o quão próximo estariam, mas não havia tempo para abrandar, foi rezar para que corresse bem... E correu...

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© 2011 Alexandre Cappi

Voltamos à estrada e um concorrente que passamos e que colou ao pelotão começou a fazer umas movimentações estranhas (em vez de ir quieto na roda ou de passar para a frente foi tentando furar o que não é muito ortodoxo quando a malta vai em fila). O Hugo deixou-o passar para evitar problemas, e ele passou para o lado da Sabrina... A Sabrina começou a stressar e houve uma altura em que passou demasiado tempo a olhar para o lado, deu um toque na bike da Adriana e acabou por cair, o Hugo não conseguiu evitar e passou-lhe literalmente por cima...

Até gelei quando ouvi o barulho de uma queda atrás de mim, quando olhei para trás nem sei quantos estavam no chão... Só vi o Hugo deitado em cima da bike... A pouco e pouco todos voltaram para cima das bikes, o Hugo tinha una ferida no queixo que não parecia grave, mas que mais tarde lhe valeu 3 pontos e a corrente fora do sitio, lá voltamos a meter a bike operacional e continuamos... O causador da confusão foi-se embora sem dizer nada... Umas centenas de metros depois entramos no circuito do prólogo...

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© 2011 Alexandre Cappi

Como planeado meti um gel com cafeína para ver se não me faltava a concentração e como seria de esperar fizemos a primeira parte mais rápido do que em qualquer das vezes anteriores... Pouco tempo depois de termos entrado na parte mais técnica há um concorrente que me empurra para fora do trilho e que ironicamente tinha vindo na nossa roda num dos trechos de estrada (não sei se já disse, mas de entre os brasileiros vimos do pior e do melhor - felizmente mais do melhor)...

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© 2011 Alexandre Cappi

No meio da confusão olho para trás e o Hugo diz-me que furou... Na queda deve ter havido um toque no aro do Hugo e a roda perdia ar entre o aro e o pneu... Enchemos um pouco para ver se vedava - ainda perdia algum ar mas avançamos... Fomos parando e gastando as cargas de CO2 que tínhamos...

Pelo meio deu para perceber que muitas das dificuldades do prólogo já não pareciam assim tão difíceis depois do que tínhamos passado durante a semana... Numa subida em estrada há uma altura em que a meter uma mudança a corrente me salta para o espaço entre a avozinha e o quadro e fica presa... Não a consegui tirar e preparei-me para terminar os últimos 4km a pé...

Ainda corri pela subida acima mas quando me montei na descida a seguir consegui rodar os pedais para trás e a corrente lá se soltou o suficiente para a conseguir puxar para fora (uma semana depois ainda tinha marcas nas mãos)...

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© 2011 Alexandre Cappi

Até ao fim ainda devemos ter parado um par de vezes para gastar todo o CO2 que tínhamos na roda do Hugo (tb não dava para o trazer de volta no avião, portanto...) e lá acabamos a etapa num misto de emoções entre o termos acabado a prova com as constantes aventuras e desventuras e o quase anti-climax dos últimos 15km...

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© 2011 Ivan Padovani

Acho que trocamos uns beijinhos no final mas já não me lembro bem… No meio de tudo isto, a posição que perdemos nesta etapa passa completamente para segundo plano e tal como alguém disse no TPG: numa prova por etapas mais importante do que qualquer outra coisa é ser one of the last men standing (e também the last bike :) ) … 37º é apenas mais um detalhe…

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Depois dos habituais kilos de melancia, dos duches e de termos feito as malas lá voltamos ao bar do costume, desta vez a ponto de dar cabo do stock de cerveja aos senhores (foi-se comprar mais à mercearia ao lado e pronto)… À volta da mesa representantes da Bélgica, Canadá, Estados Unidos, Brasil e Portugal e outros que foram passando falavam das aventuras da semana (só aqui conseguimos perceber bem o que tinha originado a queda no pelotão naquela manhã)… E das que viriam a seguir (o Leighton acabaria por ganhar a Ruta pouco mais de uma semana depois)...

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Pessoalmente considero esta prova mais dificil do que o Transportugal. Pode não ser tão puxada fisicamente, mas é mto mais dura no plano técnico e emocional, correr em dupla acrescenta outra dimensão à coisa, quer na dificuldade quer no multiplicar de histórias para contar... Penso que apesar de tudo tivemos sorte com o tempo e percebemos que o que foi duro poderia ser ainda mais...

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Como sempre e seja em que dimensão for acho que voltamos melhores pessoas e obviamente que sem a energia dos Salta Pocinhas a coisa não teria sido tão "facil" como foi... Quantas vezes dissemos para nós mesmos "pedala cabrão!", "o calor é teu amigo!", "estás a sofrer que nem um cão", "larga os travões Rui!!!"... E quantas vezes preferimos que os pelotões só tivessem malta amiga ;) ...

Conclusões…

O percurso da Brasil Ride é mais técnico do que qualquer coisa que tenhamos feito por cá (segundo o Thomas e os nossos colegas canadianos não é mto diferente do Trans-Rockies neste aspecto)… A paisagem singular, o calor humano e o astral altamente positivo envolvem-nos desde o dia em que chegamos e penso que com o passar do tempo esta é recordação mais forte que fica da prova e o que me faz ficar com vontade de regressar (o que é estranho tendo em conta os anticorpos que criei durante o tempo em que vivi no Brasil)…

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© 2011 Ivan Padovani

Ainda no plano positivo, a comida é excelente, mas a organização só fornece pequeno almoço, jantar e fruta/barras/bebidas/gelados após as etapas… Claro está que sentimos a faltam dos lanches pós etapa do TPG e acabamos por ter de almoçar/lanchar em restaurantes na maior parte dos dias para satisfazer os nossos leves apetites entre o fim da prova e o jantar...

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Apesar de não nos darem tracks de GPS o percurso pareceu-nos bastante bem marcado (o pessoal da frente dizia que ao ritmo deles não era suficiente)... Na semana toda só me lembro de um cruzamento em que alguém tinha arrancado a seta e era impressionante a quantidade de pessoas espalhadas pelo percurso com a finalidade de garantir que ninguém se perdia…

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© 2011 Fernando Monteiro

O apoio mecânico estava ao nível de uma Box de F1 e era quase bonito ficar a olhar para os mecânicos a trabalhar… Durante a semana estes senhores fizeram alguns milagres na bike do Hugo e as pequenas afinações que fizeram na minha transmissão no fim do segundo dia tornaram algo que já funcionava mto bem em excelente (como o apoio é fornecido directamente pela Shimano América Latina, ter uma transmissão Shimano é uma grande ajuda, quer em termos de afinação, quer em termos de disponibilidade de peças)...

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A equipa médica, e toda a cobertura mediática tb estão num nível muito à frente do que é normal ver por cá...

Menos boa é a informação inexistente ou insuficiente sobre a prova em geral e o funcionamento do site a todos os níveis. Antes de partir sabíamos muito pouco sobre a logística da prova (tipo onde fica a Vila Brasil ride, e a que horas abre o secretariado…), e até sobre o tipo de terreno que íamos encontrar... Ou seja: falta um race pack decente.

Durante os dias de prova os horários mudaram quase diariamente, e os briefings acabaram por ser muito curtos na informação que forneciam (o prólogo passou a contar para o tempo de prova quando inicialmente só contava para definir a ordem de largada do 2º dia sem se perceber bem como)… Então para quem não percebe português era o caos…

Com o meu mau génio diria que a direcção de prova é mesmo a parte mais Brasileira da organização, mas ao mesmo tempo acaba por ser quase um traço na sua personalidade e com o famoso "jeitinho" as coisas lá vão acontecendo (obviamente que os participantes com sangue latino se adaptam melhor a esta mentalidade)….

O que correu mal…

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© 2011 Bruno Senna

  • Sapatos Sworks: são espectaculares para pedalar, mas quando se tem de andar mto a pé e principalmente a subir calhaus não são a melhor opção e uma característica desta prova é que se anda mesmo muito a pé (ao ponto de muita gente se referir a algumas etapas como corrida de aventura e não BTT)… Don't get me wrong: estes seriam os sapatos ideais para o TPG.
  • O meu quadro de tamanho "M": está cada vez mais desajustado (com o ultimo fit test, tenho o selim ainda mais alto e a frente que já estava muito baixa ficou ainda mais. O conjunto é muito bom para subir, mas muito mau para fazer horas.
  • Pedais XTR: os novos pedais XTR têm umas arestas que são esteticamente apelativas, mas que são autenticas lâminas quando lá batemos com as canelas e nesta prova batemos com as canelas nos pedais mesmo muitas vezes!!!...

O que correu bem…

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© 2011 Bruno Senna

  • Suplementação: Durante as etapas alimentei-me principalmente com Perpetuem (comida liquida) misturado com electrólitos e um gel de double expresso, levava isto no bidom e bebia um golo a cada 15 minutos. De resto levava Gold Drink no camelback e cápsulas de electrólitos e BCAA's para emergências... Nas zonas de assistência também havia cápsulas de electrólitos, pelo sim, pelo não tomava sempre em todas... Andei sempre com duas barras, mas não comi nenhuma... Usei gel em momentos chave para garantir que não me faltava o açúcar, mas tirando o que diluía no perpetuem evitei sempre os que tivessem cafeína. Resultado: 0 cãibras e 0 problemas de digestão... Fora das etapas, não mudei muita coisa face ao normal, os limites de bagagem impuseram alguma simplificação o que acabou por ser positivo.
  • XTR 3x10: apesar dos 2 problemas que tive a transmissão passou por várias atrocidades sem acusar qualquer tipo de cansaço. As mudanças da frente do novo XTR estão mesmo muito à frente na suavidade e na eficácia de funcionamento... Ter optado por 2x10 teria tornado as coisas muito mais difíceis ao longo da semana.
  • Spark: depois do 2º dia tirei ar das suspensões para poder usar o curso todo a descer. De resto não precisou de mais nada e as 3 posições do amortecedor permitiram-me ter o máximo de conforto a descer sem perder eficiência a subir... A falar com outros participantes percebi que não existe outro tipo de suspensão que permita este tipo de flexibilidade... Sim, só é pena ser Scott ;)
  • Travões Hope: Funcionam como no primeiro dia... Levaram pastilhas novas antes de ir, mas nem isso seria necessário…
  • O treino: penso que não é só com electrólitos que sobreviemos às temperaturas e condições adversas. Os nossos metabolismos estão claramente mais fortes e mais eficientes e isso juntamente com a constante gestão de esforço e principalmente o termos evitado andar no vermelho nos primeiros dias foram factores vitais para nos mantermos longe do hospital de campanha… Se com centenas de horas de aulas de Pilates e sessões de musculação chegava ao fim das etapas com os braços e os ombros feitos num 8, imagino sem toda a preparação...
  • Meias de compressão: já disse que estou fã e vou continuar a usar mesmo após alguns treinos semanais (estou a usar neste momento)... Não foi só disto, mas o meu joelho esteve calmo durante toda a prova…

O que faria diferente…

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© 2011 Bruno Senna

  • Bicicleta: a opinião geral é que a bicicleta ideal para esta prova seria uma 29'er de suspensão total... Não tendo isto e sabendo o que sei hoje penso que teria levado um pneu mais largo à frente (não havia muito que rolar e seria uma ajuda nas descidas e nas curvas com piso solto).
  • Levaria um segundo par de sapatos…

Curiosidades irrelevantes sobre bicicletas…

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© 2011 Fernando Monteiro

  • Apesar de no Brasil uma bicicleta custar pelo menos mais 50% do que em Portugal era impressionante olhar para o conteúdo do bike park ao fim do dia, sem esforçar muito o tico e o teco facilmente se poderiam tirar uma série de conclusões:
  • A média de preços das bikes em prova era claramente superior a 5000€…
  • Cerca de metade das bikes eram de suspensão total…
  • Mais de 90% das bikes eram de carbono…
  • Havia apenas uma bike de Ti (a do Thomas: um quadro 29'er feito por medida com lefty - linda!!!)
  • Mais de 50% das bikes eram 29'ers, o que faz com que a nossa noção de escala se altere e pareçam menos estranhas para a vista. (Dei comigo a pensar que as 29'ers não tornam os percursos mais fáceis, pelo contrario os percursos vão acompanhar o que as 29'ers conseguem fazer e ficar mais selectivos - Isto provavelmente já é verdade no caso desta prova).
  • As marcas com maior representação eram a Specialized e Scott, com vantagem para a Specialized (não é só cá no jardim e sim a Epic tb devia ser a bike mais normal);
  • A Epic Sworks 29'er é a bicicleta do momento 8000€ em Portugal… Mais de 12000€ no Brasil… Ouch!!!...

 

 

Fim…

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© 2011 Ivan Padovani

Agora é ter paciencia e esperar pela próxima Winking smile