quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Até Medelim e depois logo se vê…

"125 km de estrada com o pensamento entre conjecturas da máfia colombiana e história dos tempos da Romanização com alguns exorcismos pelo meio..."

A minha volta de domingo passado não tem muito que se lhe diga. A receita foi a mesma de outra que fiz há tempos, tentando alargar um pouco mais a distancia e mantendo o objectivo de não me atrasar para o almoço… O resultado foi mais ou menos este:


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Medelim é um nome que ao longo da vida me causou algumas interrogações. Nos tempos da minha infância era a sonoridade e o facto de ser mais uma terra longínqua que ficava lá para os lados de Espanha, depois foi a piada do trocadilho com a terra de igual nome que fica na Colômbia… Desde que emigrei para Lisboa esqueci completamente que tal lugar existia…

Dei com o nome novamente no Sabado enquanto olhava para o google maps e pronto estava decidido, ia até lá… Parecia-me que o terreno a leste de Idanha-a-Nova era mais plano (pelo menos de carro temos essa ideia) o que era bom para rolar com um ritmo mais certinho…

Planeei o regresso com várias alternativas, com um total de kms entre 100 e 140, para garantir que não me atrasava mesmo para o almoço… A volta mais longa inclui mais uma subida da Gardunha antes dos últimos 30km a rolar até Castelo Branco e parece ser uma bela volta, mas terá de ficar para uma próxima...

O dia amanheceu soalheiro em Castelo Branco, tal como prometiam os senhores da meteorologia. Os primeiros kms foram feitos pelos caminhos do costume em direcção às famosas curvas da Monheca. Do cimo da descida a vista costuma ser fantástica… Desta vez estava ainda melhor: o Rio Pônsul estava coberto de nevoeiro… A descida é rápida, mesmo parando a meio para apreciar a vista…

Em menos de nada mergulhei nas nuvens, a temperatura desceu de forma brusca, não me preocupei muito porque achei que após subir a outra margem do Rio estaria de novo ao sol pelo que ainda parei para fotografar, não fosse o nevoeiro desaparecer…


Mas... O nevoeiro não limpou… Ainda parei para ver se era dos óculos, mas não… Passei o Ladoeiro, como planeado não virei em direcção da Idanha e continuei rumo a Castela… Passei o acesso ao Idanha Caça (que vamos visitar lá para Maio e de onde arranquei alegremente na 4ª etapa do TPG2009 em direcção a uma escora partida… enfim) …

O nevoeiro pareceu subir um pouco, ao menos já conseguia ver algumas centenas de metros em todas as direcções, a luz estava fantástica, mas sentia-me gelado até aos ossos, portanto mantive a maquina arrumada e as pernas a rolar… Já me tinha passado várias vezes pela cabeça a cena de "porque é que não pus creme de aquecimento e não trouxe os tapa pés?"… As pulsações dificilmente tocavam os 70%... Mas pronto há alturas em que se passa do treino à sobrevivência e esta parecia ter sido uma delas…

À passagem pela Zebreira o sol saiu de trás das nuvens, virei para norte, junto ao local da Zona de Assistência da Maratona de Idanha onde eu e o meu irmão desistimos há pouco mais de 2 anos…

Sou brindado com uma descida de alguns kms a adivinhar que a seguir as coisas não iam ser tão planas como imaginava e a gelar ao mesmo tempo… A subida lá apareceu mas não deu para aquecer, veio mais outra e mais outra e… Ainda mais, passei o cruzamento de Alcafozes onde nos foi vedada a progressão na 3ª Etapa do TPG2009 - é só um ponto no mapa pensei para mim, não há qualquer magnetismo que me faça parar aqui outra vez…

Finalmente no cimo de uma subida avistei Monsanto… Passei por Idanha a Velha e acho que pela primeira vez admirei a forma da Sua Muralha, fiz umas notas mentais para mais fotos no futuro, subi, desci… Subi, desci… Medelim… Uma paragem estratégica para visitar as traseiras de uma arvore… E...


Voltei para Oeste, mais uma vez os senhores da meteorologia não se enganaram "vento de oeste a aumentar de intensidade a partir do meio da manhã"…

Qual pedalada redonda qual quê!... Sinto-me cada vez mais desajeitado… Passo a primeira alternativa de regresso que evito por ainda ter tempo e por ser das estradas mais movimentadas da região... Continuo para oeste, começo a ver a Gardunha no meio da bruma, o vento aumenta de intensidade…

Paro na Orca para tomar um café e como o único Gel que tinha trazido… Aqui decido abandonar a volta mais longa e viro para sudoeste… Finalmente consigo subir um pouco a pulsação, seguem-se uns kms de sobe e desce no único segmento desta volta que tem asfalto em mau estado (não sei se vos acontece o mesmo, mas eu logo que ponho as rodas no asfalto torno-me num menino que tem medo de piso partido…)

Chego à já familiar N18, o ultimo segmento são 18 km até Castelo Branco em que já consegui rolar quase sempre acima de 40km/h, desta vez com o vento entre o frontal e o lateral era difícil tocar os 30… A 200m de casa recebo a chamada da Elsa a acusar o timeout…

As estatísticas estão aqui:

Não me parecem ser brilhantes, mas pensado bem no assunto, foram 5 horas e tal em que tive mto poucas oportunidades para rolar descansado… Como muitos de vc's sabem eu até gosto de andar sozinho, mas parece-me que uma das grandes desvantagens de fazer isto é que perdemos completamente os pontos de referência em termos de dificuldade…

A volta maior fica para um dia destes… Talvez com outras condições, ou outras rodas… Vamos ver…

Secção para quem está com insónia ou para quem não tem vontade de trabalhar:

Proxíma compra: Capacete
Devaneios: Mavic Speed City e Cassete de estrada...
Km's de Treino: ~1670
Correntes Partidas: 2 (a mesma corrente XTR que ainda uso na Giant com 2 elos rapidos)


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