sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Bicicleta de Faulkner


Estou com vontade de ir ao Teatro, alguém me acompanha?


ESTREIA A 26 DE SETEMBRO
Sob a influência estética de William Faulkner, surgem-nos apresentados, neste espectáculo, de forma elíptica e fragmentada, momentos da vida de personagens em ruptura.Jett Pierce, escritora atormentada por uma crise de identidade e falta de inspiração literária vive em NY o remorso de não ser capaz de lidar com a doença da mãe, Isabel, uma mulher criativa e sonhadora e talentosa, que viveu uma vida inteira à espera de que lhe acontecesse alguma coisa. Durante o desenrolar da acção assistimos a Jett a lidar com a hipótese de voltar para casa da mãe, em Oxford, no Mississipi, na esperança de reencontrar as suas raízes e de ser capaz de cumprir o seu papel de filha, lidando com a atomização da personalidade da mãe e com o desmoronar das suas referências.Nesses encontros, em que NY se funde com a Louisiana, permitindo que as personagens se encontrem, cresce o conflito entre a mãe, a filha que partiu e Claire, a irmã que ficou. O conflito entre as duas irmãs nasce da diferença de formas de lidar com o mal de Alzheimer: Jett não desiste de tentar chamar a mãe à realidade enquanto Claire, leitora voraz de O Som e a Fúria - uma rapariga desengonçada que corre até ao lago de cada vez que ouve a bicicleta de Faulkner dirigir-se para lá na esperança de poder falar com o escritor que alimenta o seu imaginário - desenvolveu a capacidade de acreditar que a realidade se pode apresentar sob vários planos e permite e embarca nos delírios da mãe na esperança de que o sítio onde ela está seja melhor do que aqui.
Rita Lello

Sem comentários:

Enviar um comentário